RUGBY CHAMPAGNE
“Le demi de mêlée à l’oeuvre”
Por Daniel Alejandro Marolla
Revisão: João Gualberto Araújo Júnior
Monsieur Patrice Perrier é um mágico, é um imortal, é aquele cara que a gente se detém para ver jogar: sutil, rápido, inteligente e capaz de matar uma defesa com um movimento de cintura. Dono de um passe quase perfeito, uma leitura do jogo incomparável, um HALF SCRUM com todas as letras maiúsculas e, em especial, um amigo inigualável.
Para ser ainda mais justo, seu pai teria que ter batizado ele como “Patrice Demi de Mêlée Perrier”. Apesar de todas essas características de gênio do esporte, nosso caro Patrice é simples, mais um menino entre os atletas do BH Rugby. Jamais faz qualquer comentário e é quem mais corre nos treinos. É um exemplo de homem, um modelo de rugbier, um amigo incrível. Para falar de Patrice, primeiramente, temos que tirar o chapéu e falar de como se pode ser grandioso e humilde ao mesmo tempo. É um modelo de jogador e um espírito dedicado ao Rugby. Agora, por suas próprias palavras, será possível compreender o significado de “Rugby Champagne”.
Quando começou a jogar Rugby e por quê?
Comecei aos cinco anos. Era um rugby com pouco contato físico, basicamente com a bola e com o chão. Era a idade mínima para começar. Na minha cidade, só tem Rugby. Eu estava cheio de energia. Aí, minha mãe me colocou no clube, pois meu irmão, dois anos mais velho, já jogava.
Como chegou à cidade de Belo Horizonte?
Foi por acaso. Morei primeiro em São Paulo, depois, visitei Belo Horizonte e gostei. Eu queria mudar… Sem saber ainda que tinha um clube de Rugby.
E como chegou ao Belo Horizonte Rugby?
Foi o Manolo (Manuel Schiaffino) que me chamou. Trabalhávamos numa escola de línguas, ele era professor de espanhol e eu, de francês.
Em um dos seus primeiros jogos em primeira divisão (na França)
O que o Rugby representa na sua vida?
Muitas coisas… saúde, amizade… (pensa uns segundos) É…! amizade, vida social… Desafio também…
Fale um pouco do Pasteur, nosso clube amigo.
Do clube Pasteur?! Foi o meu primeiro clube no Brasil. Aliás, a gente chegou a ser campeão. Era muito legal. Tinha jogadores que jogavam na seleção brasileira, então, tinha um bom nível. Era muito legal. Foi com eles que aprendi a gostar do Brasil também, então, só tenho boas lembranças de lá.
Qual é a sensação de ser campeão brasileiro?
Ah! Felicidade! Só felicidade! Dá um sentido a todos os esforços que você emprega durante um ano, né? Chegar ao topo e ganhar.
Poderia nos falar o nome dos grandes amigos que o Rugby proporcionou a você?
Afff!! tem um monte, um monte, um monte… Thierry, Pascal… Uai, Tem um monte! Mesmo meu irmão Denis, embora seja meu irmão, é meu amigo também do Rugby. E, no Brasil,… ah! você (referindo-se a este servidor), o time completo, o time todo… Isto é o bom do Rugby.
Treinamento de line-out do BHR (Foto: Maíra Vieira) 10/10/2009.
O que o BH Rugby tem que os outros clubes onde já jogou não tem?
Acho que poderia falar o contrário: o que o BH Rugby tem que os outras também tinham de bom… Acho que vida social, o fato de ter um objetivo comum e de batalhar por isso. O que o BH Rugby tem de especial, talvez por ser muito amador, tem muita vontade, muita paixão… é, eu diria que muita paixão… isso!
Que espaço representa o Rugby na sua vida?
Ah! do meu lazer, o tempo todo! Ou para treinar, ou para estudar (agora quero ser treinador), ou, então, com meus amigos. Na TV também.
Como poderia definir o significado de “Espírito do Rugby”?
Espírito do Rugby? Acho que… um dever, um sacrifício para o outro. Acho que é isso, se sacrificar para o outro para atingir um objetivo comum.
Você conhece a dimensão que você representa para os meninos do nosso clube? O que gostaria de passar para eles?
Realmente não sei se é uma dimensão, mas gostaria de ser um bom exemplo para eles. Eu diria para eles… na vida, como no Rugby, se você gostar, nunca desistir.
Com quase 50 outonos, você continua sendo um dos melhores atletas do clube. Como se chega a esse nível? E como fazer para se mantê-lo?
Eu acho, um pouquinho, que tenho uma herança física grande do tempo que jogava na França. Eu pratico muito, treino muito… então, nunca deixei perder isso… sei lá! Acho que é isso.
Por meio dessas respostas, pode-se perceber que Patrice não é uma pessoa de falar muito. Ele é simples e humilde e tem dificuldade para falar de si mesmo. Uma pessoa amável, honrada e batalhadora. O menino do interior da França nos ensina a cada dia um pouco mais, pois já cumpriu um dos legados que pretende nos deixar. Ele é um exemplo para todos nós.
Muito legal, cara tem quase 50anos e jogando no time titular!!!
ResponderExcluirExemplo a ser seguido!!!!!